quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Trabalho em Equipe

O mundo todo acompanhou o impressionante trabalho de uma equipe competente realizado nos últimos meses a fim de salvar os mineiros presos na mina San José, no Chile. Os mineiros ficaram 70 dias em um pequeno espaço a cerca de 700 metros de profundidade.

O trabalho em equipe possibilitou esse resgate que foi um recorde em diversos sentidos. Segundo David Seath, membro do Instituto de Mineração de Escócia e ex-chefe do serviço britânico de resgates em minas, nunca antes foi possível resgatar um grupo tão grande de mineiros presos por tanto tempo e a tal profundidade. A equipe formada por engenheiros, médicos, psicólogos e nutricionistas manteve os mineiros em atividade, bem informados e com saúde, assim, os 33 mineiros foram resgatados com vida para alegria e comemoração da torcida do mundo inteiro.

mineiros_chilenos

MAS AFINAL, O QUE É UMA EQUIPE?

Para que um grupo seja considerado uma equipe, é preciso que haja um elemento de identidade que una as pessoas, estando elas próximas ou não (a equipe pode ser virtual, trabalhar à distância). O elemento de identidade está revelado nas normas, processos, objetivos, na situação e na causa.

Pode-se considerar equipe um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada. A comunicação entre os membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas. A confiança é grande, assumem-se riscos. As habilidades complementares dos seus membros possibilitam alcançar resultados; os objetivos compartilhados determinam seu propósito e direção. Respeito, mente aberta e cooperação são elevados.

O grupo investe constantemente em seu próprio crescimento. Um grupo torna-se equipe quando presta atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam seu funcionamento.

Grupo Refinado

Valoriza a experiência e a aprendizagem e possui elementos de ordem, de organização. Está disposto a reformular suas regras e aberto a aprender. Predominantemente, está voltado para a tarefa que tem que ser realizada. Um grupo refinado pode se tornar, em algumas situações, um grupo primitivo. A equipe traduz-se em um grupo refinado.

Grupo Primitivo

É, basicamente, impermeável à experiência e, se esta mostra que o grupo está errado, o grupo argumenta que a experiência é que está errada. Esse grupo odeia aprender, porque isto significa por em cheque muitas de suas pressuposições e comportamentos.

Por que trabalhar em equipe?

1. Agilidade na captação e no uso das informações
2. Idéias mais ricas – resultados mais criativos
3. Maior facilidade de assumir riscos – a responsabilidade fica compartilhada
4. Comprometimento – quando o poder é compartilhado, as pessoas sentem-se responsáveis pelo resultado e engajam-se no processo. Elas ficam mais motivadas.

Segundo W.C.Schutz, os grupos humanos têm 3 necessidades básicas: inclusão, controle e afeição. A inclusão ocorre na fase inicial da formação do grupo (serei aceito?), seguida pela necessidade de controle (jogos de poder, quedas de braço, choques de liderança) e pela necessidade de afeição (comunicação verbal e não verbal, trocas afetivas/hostilidade, harmonia/tensão, alegria/tristeza).

LIDERANDO COM DIFERENÇAS

Uma das diferenças entre os membros da equipe está nos valores e crenças das pessoas, suas visões de mundo e as motivações que conduzem seus comportamentos. Outra diferença, diz respeito à função psíquica predominante na pessoa, sobre a qual Jung teorizou: sensação, sentimento, razão ou intuição.

Howard Gardner desenvolveu uma teoria onde a diferença está relacionada ao tipo de inteligência da pessoa e definiu inteligência como:

“Capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar a situação em que o objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada pra esse objetivo (...). Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso.”
Gardner dividiu as inteligências em oito tipos:

• Musical: capacidade de lidar com a música. Ex: Tom Jobim
• Corporal-cinestésica: se refere ao controle do movimento corporal. Ex: Pelé, Ana Botafogo.
 Lógico-matemática: freqüentemente rotulada como “pensamento científico”, é o arquétipo da “inteligência pura”. Ex: Einstein.
• Lingüística: diz respeito à linguagem, ao poder de persuasão pelas palavras. Ex: Shakespeare, bons vendedores e líderes religiosos.
• Espacial: é necessária às artes visuais e à solução de problemas espaciais. Ex: Niemeyer, Lúcio Costa, Santiago Calatrava, Picasso.
• Interpessoal: está relacionada à capacidade de relacionar-se com outras pessoas. Ex: Martin Luther King.
• Intrapessoal: diz respeito ao reconhecimento, aos aspectos internos, subjetivos de uma pessoa, ao controle das suas próprias emoções. Ex: Sidarta Gautama (Buda).
• Naturalista: capacidade de apreensão do mundo natural.

Cada um de nós tem todos os tipos de Inteligência apontados por Gaudner. Nos líderes de equipes, as inteligências predominantes devem ser: a interpessoal e a intrapessoal, que facilita o comportamento harmonioso.

Outra diferença que devemos aprender a lidar é com os critérios que as pessoas usam para avaliar determinada situação, lembrando que: não há resposta única para os problemas, diferentes critérios podem conduzir a respostas diferentes e, a forma pela qual se faz uma pergunta pode induzir a determinado tipo de resposta.

Há ainda as diferenças de caráter e temperamento, em uma equipe é possível identificar alguns tipos de pessoas, por exemplo: bem-humorado, brigão, tímido, presunçoso, doutor sabe-tudo, cauteloso, falante, desconectado, conciliador, redemoinho, o que espera vencer no grito e o que de cada 3 palavras ditas, 2 são em inglês...

Exercício: Faça sua própria listagem de diferenças, contemplando as seguintes diferenças: valores, crenças visões de mundo, motivações, funções psíquicas, tipos de inteligência, critérios para avaliações, caráter e temperamento.

Lidar com diferenças não é fácil. Não podemos mudar as pessoas, mas podemos praticar formas de lidar com elas, o que implica aprendizagem.

Voltaremos a falar sobre isso! Espero que gostem do vídeo...


Bibliografia: MBA em Marketing FGV - Apostila de Liderança Criativa e Motivação de Equipes Comerciais - Profª: Denise Vasconcellos

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